Guerra sem precedentes 

Pesquisador convidado da Universidade Columbia, nos EUA, o jornalista Guilherme Waltenberg, do site Poder-360, em Brasília, fez, ontem, uma interessante e profunda análise em torno do ataque do Hamas a Israel. Segundo sua visão, não há precedentes. “Desde o Holocausto, não morriam tantos judeus assassinados em um dia. Isso mexe com os traumas da população israelense. Há amplo apoio interno para uma resposta igualmente sem precedentes. A primeira etapa é tirar os infiltrados do País.

Para além do drama do número de mortos e das feridas que estão sendo abertas, é importante entender o contexto geopolítico do que se passa: conflito é entre Irã e Israel – o Hamas tem sido aparelhado pelo Irã. O grupo serve aos interesses dos iranianos, que vão se refestelar se houver um massacre de palestinos”, diz ele.

E acrescenta: “Teerã sabe que isso impediria um avanço no processo de pacificação das relações entre Israel e Arábia Saudita (e árabes em geral) em curso desde o início dos Acordos de Abraão. “Os traders de petróleo não esperam um grande aumento nos preços, pois não há uma ameaça imediata ao fornecimento. Mas todos estão de olho no Irã, um importante produtor da commodity e apoiador fundamental do grupo Hamas, que iniciou o ataque”, observou.

Segundo o especialista, Israel obviamente sabe que o Irã usa o Hamas como operador. “Haverá uma reação de Israel diretamente contra o Irã? Essa é a pergunta até agora sem uma resposta clara. Se Benjamin Netanyahu decidir retaliar contra a República Islâmica, isso deve ter consequências. Entre outras, uma restrição ao transporte de petróleo por meio do Estreito de Ormuz”, escreveu. 

Para completar: “Teerã já ameaçou no passado fechar essa via. E há também uma possível reação dos Estados Unidos, que podem voltar a restringir o fluxo das exportações iranianas de petróleo. Israel sabe de tudo isso. Há também uma centena de reféns israelenses em Gaza. Qualquer movimento atabalhoado de Netanyahu pode fazer com que o conflito escale com consequências imprevisíveis”.

Cerco à Faixa do Gaza – A retaliação de Israel aos atentados terroristas perpetrados pelo Hamas envolve um cerco total à Faixa de Gaza, seguido, provavelmente, de uma incursão militar, anunciou o governo israelense. Em paralelo a um pesado bombardeio do território palestino, o Exército de Israel retomou o “controle total” das localidades do sul de Israel atacadas desde o início da ofensiva. O número de mortos pelo Hamas em Israel chegou a 800 e o de palestinos em Gaza, a 560.

Para cada ataque, uma morte – Em meio ao terceiro dia de conflito entre Hamas e Israel, o grupo extremista afirmou que cada ataque israelense na Faixa de Gaza, sem aviso prévio, será respondido com o assassinato de um refém. O anúncio foi realizado pelo porta-voz do Hamas, Abu Obeida, em comunicado divulgado, ontem, no Telegram. A ameaça aconteceu horas após Israel anunciar um “cerco completo” na Faixa de Gaza, com o envio de 100 mil soldados para regiões próximas. A cidade é alvo de intensos bombardeios desde a incursão do Hamas em território israelense, no último sábado.

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