Ruim na política e na comunicação

A fala de Malafaia faz referência à reportagem da Folha que diz que “Centrão quer novo nome para o STF e abre crise entre evangélicos e Bolsonaro”.

O Governo Bolsonaro continua apanhando na política e na comunicação. Na primeira, cedeu às pressões para entregar a articulação com o Congresso a gente do ramo, deu carta branca ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), mas continua patinando, a ponto de o interlocutor sofrer uma repreenda de um pastor pela mídia, sugerindo a cabeça dele.

Refiro-me a Silas Malafaia. “Como pode, gente? A Folha de São Paulo dizendo que Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, um dos mais importantes cargos políticos, vai jantar com Renan Calheiros, o cara que quer destruir Bolsonaro por interesses políticos. Se o senhor [Ciro Nogueira] não foi jantar com ele, e se o senhor Ciro Nogueira é a favor da indicação de André Mendonça, convoque a imprensa, não é pra mim não. O senhor é obrigado a vir a público dar uma satisfação”, cutucou o pastor.

A fala de Malafaia faz referência à reportagem da Folha que diz que “Centrão quer novo nome para o STF e abre crise entre evangélicos e Bolsonaro”. No texto, é descrito que em dois jantares, os três ministros teriam tentado viabilizar Alexandre Cordeiro de Macedo, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, para vaga no STF. Se há interferências indevidas na política, na comunicação o desastre é muito maior.

Região lulista, o Nordeste tem 6,8 mil obras hídricas em andamento, incluindo a Transposição, superfaturada e depois abandonada pelo PT, segundo o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, mas ninguém toma conhecimento disso. Na pandemia, o Governo recheou os cofres dos governadores, grande parte desviou e até roubou, mas o genocida é Bolsonaro.

Além de ter gerido, pessoalmente, muito mal o processo da pandemia, não escancara a roubalheira nos Estados nem também nos municípios. Recife, por exemplo, foi campeã em operações da Polícia Federal. No Rio Grande do Norte, uma CPI está desnudando o escândalo do Consórcio Nordeste, composto pelos nove governadores.

Todos têm culpa no cartório pelo mega escândalo que resultou numa compra superfaturada de respiradores testados em porcos a uma empresa laranja. O Governo não se comunica mal apenas para fora, fazendo chegar a grande mídia o que a sociedade precisa saber. Vai muito mal também muito na política de comunicação interna.

Na entrevista que fiz com o presidente, há 40 dias, o sinal da internet só ficou disponível para Rede Nordeste de Rádio faltando cinco minutos para o Frente a Frente ir ao ar para mais de 300 emissoras no País. A culpa disso tudo é o ministro Fábio Faria, das Comunicações, um ET na área. Entende tanto de comunicação quanto eu de astronomia.

E age de má-fé com o presidente e o seu Governo. Na mesma entrevista que fiz com Bolsonaro, a única capital do Nordeste que não retransmitiu o Frente a Frente foi Natal, terra do ministro chinfrim, que colocou gosto ruim na agenda. É um nordestino de meia tigela.

Obrigação – Sobre Fábio Faria, Silas Malafaia afirmou que o ministro ligou para ele dizendo “que não esteve em jantar nenhum” –diferentemente do que foi informado pela Folha. Horas depois de ter publicado a reportagem, o próprio jornal paulista publicou uma nota de “Erramos” corrigindo informação que dizia incorretamente que Fábio Faria sediou um dos mencionados jantares em sua casa. No entanto, pressionou o ministro. Disse que “[Faria] é obrigado emitir uma nota clara de apoio a André Mendonça”. “Os ministros palacianos são políticos, ele [Fábio Faria], o ministro Ciro Nogueira, e a ministra Flávia Arruda [Secretaria de Governo] são políticos. Eles são obrigados a emitirem nota e trabalharem pela indicação do presidente”, afirmou.

Por Magno Martins

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