RN gera 6,3 mil empregos formais e tem melhor setembro desde 2010

Dados do emprego mostram que a fruticultura está entre os setores que mais contrataram.

Renato Lisboa

Repórter

O mercado de trabalho potiguar aqueceu em setembro e  apresentou um saldo positivo de 6.302 vagas com carteira assinada, o melhor resultado para o mesmo mês desde 2010, quando foram gerados 7.078 novos postos formais, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados  (Caged), divulgado nesta terça-feria (26). Neste ano, levando-se em consideração os dados do início da pandemia, setembro perde apenas para a geração de agosto, quando o saldo ficou positivo em 7.381 vagas. Os municípios potiguares com maior geração de empregos em setembro foram, Natal, com 1.921 vagas criadas, Mossoró (1.205), Parnamirim (323), Ipanguaçu (229) e Apodi (218).

O total de admissões no mercado de trabalho em setembro foi de 17.487 vagas, enquanto os desligamentos foram  11.185. O estoque total de empregados era de 462.287 pessoas. No acumulado do ano de 2021, o saldo dos empregos é positivo em 30.046 vagas, sendo 139.591 admissões e  109.545 desligamentos.

A economista da Federação das Indústrias do Rio Grande Norte (Fiern), Sandra Cavalcanti, considera o dado de setembro “excepcional” e aponta a alta sazonalidade como fator de grande contribuição para esse resultado. Entre os setores de maior destaque estão a agricultura (através da moagem de cana e exportações de frutas frescas, principalmente melão), além das contratações de lojas para o último trimestre do ano.

“Foi um resultado muito bom e é um sinal de fortalecimento do mercado. Tanto se compararmos o mês de setembro com a sua série histórica quanto se considerarmos que agosto também foi um período bom de contratações”, comenta a economista.

Considerando-se os números por setores da economia, os serviços ficaram em primeiro ligar, com a criação de 1.896 vagas, vindo logo em seguida a pecuária com 1.634 empregos criados.

A construção civil criou 1.028 vagas, o maior destaque da indústria. O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), Silvio Bezerra comemorou o resultado, mas pondera que ele pode muito potencial para melhorar. “O setor de construção civil é uma Ferrari de freio de mão puxado”, observa.  Ele acrescenta que o mercado de trabalho deve se expandir muito se a atual proposta de Plano Diretor for aprovada na Câmara Municipal de Natal.

Ainda no setor de construção, os edifícios residenciais responderam para maior geração de vagas, com 1.462. As obras de infraestrutura tiveram um saldo de 618 vagas e os serviços especializados para construção geraram 499 vagas.

Mesmo assim, o atual patamar do estoque de empregos na construção de edifícios está baixa, em comparação com a série histórica. Em setembro, o segmento empregava 18.875 vagas com carteira assinada, enquanto, no seu auge, no final da década passada, empregava aproximadamente 40 mil pessoas. “É um claro sinal de que a demanda por unidades residenciais está reprimida”, afirma o presidente do Sinduscon.

Brasil cria 313,9 mil vagas formais em setembro

Após a criação de 368.091 vagas em agosto (dado revisado nesta terça-feira, 26), o mercado de trabalho formal brasileiro desacelerou um pouco no mês passado e registrou um saldo positivo de 313.902 carteiras assinadas em setembro, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O resultado do mês passado decorreu de 1,780 milhão de admissões e 1,466 milhão de demissões. Em setembro de 2020, houve abertura de 319.151 vagas com carteira assinada.

O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês. E o resultado veio dentro do intervalo das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. As projeções eram de abertura líquida de 238.000 a 400.000 vagas em setembro, com mediana positiva de 360.000 postos de trabalho.

No acumulado dos nove primeiros meses de 2021, o saldo do Caged já é positivo em 2,513 milhões de vagas. No mesmo período do ano passado, houve destruição líquida de 558 597 postos formais.

Setores

A abertura líquida de vagas de trabalho com carteira assinada em setembro foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 143.418 postos formais, seguido pela indústria geral, que abriu 76.169 vagas. Já o comércio gerou 60.809 vagas em setembro, enquanto houve um saldo de 24.513 contratações na construção civil. Na agropecuária, foram criadas outras 9.084 vagas no mês.

No nono mês do ano, todas as 27 Unidades da Federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho foi registrado em São Paulo novamente, com a abertura de 84.887 postos de trabalho. Já o menor saldo foi o do Amapá, que registrou a criação de 281 vagas em setembro. O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada passou de R$ 1.813,57, em agosto, para R$ 1.795,46 em setembro.

BEm

De acordo com o Caged, 2,077 milhões de trabalhadores seguiam com garantia provisória de emprego em setembro graças às adesões ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm). Para cada mês de suspensão ou redução de jornada pelo programa, o trabalhador tem o mesmo período de proteção à sua vaga. O programa foi relançado em abril pelo governo por mais quatro meses neste ano. (AE)

Onyx defende programas de qualificação

O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, voltou a defender a criação de programas de qualificação profissional para possibilitar que mais trabalhadores migrem da informalidade para a formalidade. “As regiões Norte e Nordeste têm as maiores taxas de informalidade e precisam de atenção especial para que pessoas recebam oportunidades e qualificação para chegarem no mercado formal”, considerou.

No começo de setembro, o Senado rejeitou o pacotão trabalhista do governo que criava três programas: o Priore, que buscava desonerar a contratação de jovens de 18 a 29 anos e pessoas com mais de 55 anos; o Requip, que concedia bolsas de qualificação para os profissionais mais jovens ou aqueles que estão há muito tempo fora do mercado de trabalho; e o serviço social voluntário pelo qual prefeituras teriam flexibilidade para absorver mão de obra jovem ou com mais de 50 anos.

O mercado de trabalho formal brasileiro registrou um saldo positivo 313.902 carteiras assinadas em setembro, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No acumulado dos nove primeiros meses de 2021, ao saldo do Caged já é positivo em 2,513 milhões vagas. (AE)

fonte: TRIBUNA DO NORTE

foto: ALEX REGIS

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