Quarentena de Bolsonaro gera alívio entre aliados

Dentro do Palácio do Planalto, a expectativa é que o presidente, após o período de quarentena, mantenha o tom da nota “Declaração à Nação”.

Depois do vexame da viagem a Nova York, para o discurso na sessão de abertura da Assembleia Geral da ONU, o período de quarentena do presidente Jair Bolsonaro, mesmo que seja curto, foi recebido como um alívio por seus aliados em Brasília.

Um interlocutor do presidente disse, reservadamente, ao blog do Valdo Cruz, que o governo ganhou alguns dias de sossego e sem que ele tivesse que ficar respondendo pelo seu discurso radical na ONU, no qual mentiu, usou dados incompletos e defendeu o tratamento precoce.

Dentro do Palácio do Planalto, a expectativa é que o presidente, após o período de quarentena, mantenha o tom da nota “Declaração à Nação”, na qual buscou baixar o tom da crise que ele mesmo havia criado e acenar com uma pacificação entre os Três Poderes. Principalmente para garantir que a pauta do governo dentro do Congresso seja destravada.

Afinal, os problemas reais continuam para o governo, principalmente no campo do Orçamento da União de 2022, ainda não equacionado enquanto a conta do pagamento dos precatórios, de R$ 89 bilhões, não for resolvida.

Segundo assessores e aliados, o presidente sinalizou que vai baixar mesmo a temperatura e se concentrar no que interessa, porque o tempo está ficando curto para negociar e aprovar o Orçamento do próximo ano, abrindo espaço para bancar o Auxílio Brasil dentro do teto de gastos no ano eleitoral.

Entre as pautas de maior urgência, estão aprovar a Proposta de Emenda Constitucional que pode transferir para 2023 o pagamento de cerca de R$ 50 bilhões dos precatórios, dívidas judiciais que o governo tem de honrar, e a taxação da distribuição de lucros e dividendos.

A primeira medida abre espaço no Orçamento para o Auxílio Brasil. A segunda vincula recursos para bancar o pagamento do benefício, de R$ 300 por família.

O presidente deseja ainda que a sabatina de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) seja agendada. Ele vem sendo cobrado pelos aliados da bancada evangélica a pressionar o Senado a marcar essa data para que o nome do seu ex-ministro da Justiça seja submetido à aprovação ou rejeição do Senado.

Bolsonaro não pode desagradar os evangélicos, aliados fiéis de seu governo, que começam a desaprovar sua administração.

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