Margem Equatorial tem potencial para criar mais de 326 mil empregos

Produção de petróleo na margem equatorial viabilizará recursos que poderão melhorar a segurança energética do Brasil, diz CNI - Foto: Tânia Rego

A produção de petróleo na Margem Equatorial brasileira tem potencial para criar 326.049 novos empregos formais. Os dados foram levantados pelo Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em estudo inédito sobre o tema, que aponta ainda que a extração pode adicionar R$ 65 bilhões ao PIB nacional e acrescentar R$ 3,87 bilhões à arrecadação indireta.


De acordo com a CNI, os cálculos do estudo tiveram como base o sistema de contas regionais do IBGE de 2019, para isolar eventuais distorções por causa da pandemia. A simulação considerou que cada Estado produzirá as máquinas e equipamentos necessários para a produção de petróleo, o que demandaria quantitativos de mão de obra de acordo com o volume de produção de cada Estado. O estudo também assumiu que todo o petróleo obtido será exportado.

A CNI projetou os impactos econômicos e sociais da produção de petróleo em cada um dos Estados que fazem parte da Margem Equatorial – Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amapá. Para isso, considerou a estimativa de exploração de um poço por Estado, com capacidade de 100 mil barris por dia, ao preço do barril de US$ 80, com uma taxa de câmbio de R$ 4,93.

“A produção de petróleo na margem equatorial viabilizará recursos que poderão melhorar a segurança energética do Brasil, abrir caminhos de transição para a economia verde e a descarbonização, além de promover avanços sociais e na infraestrutura dos Estados que compõem a Margem. É importante dizer que isso dependerá da capacidade de o País construir uma governança dos recursos que garanta transparência, metas e fiscalização da aplicação da riqueza obtida a partir da exploração”, afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi.

A Petrobras anunciou, na última sexta-feira (26), a conclusão da perfuração do poço exploratório de Pitu Oeste, no litoral do Rio Grande do Norte, na Margem Equatorial. Os trabalhos haviam começado há pouco mais de um mês. Durante o processo, foi identificada a presença de hidrocarboneto, informação já comunicada à Agência Nacional de Petróleo (ANP). Ainda é preciso avaliar a viabilidade econômica do produto. O poço faz parte da concessão BM-POT-17 e fica em águas profundas a 52 km da costa do estado potiguar.

Segundo a estatal, a perfuração do poço foi concluída com segurança e seguiu protocolos rigorosos de operação em águas profundas. Também foi reforçado, em nota, que foram respeitadas a população e o meio ambiente da região.

De acordo com a Petrobras, o plano é começar a segunda perfuração em fevereiro, dessa vez no poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste. Estão previstos estudos complementares para coletar informações geológicas da área, avaliar o potencial dos reservatórios e planejar as próximas atividades exploratórias.

A Margem Equatorial se estende pelo litoral brasileiro do Rio Grande do Norte ao Amapá, engloba as bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. É uma região geográfica considerada de grande potencial pelo setor de óleo e gás.

Investimentos
No Plano Estratégico 2024-2028, a Petrobras previu o investimento de US$ 3,1 bilhões para pesquisas na Margem Equatorial. A expectativa é perfurar 16 poços ao longo desses quatro anos. No entanto, a exploração das reservas encontradas na região, sobretudo próximo à foz do Rio Amazonas, é criticada por grupos ambientalistas pelo risco de impactos à biodiversidade.

Os trabalhos na Bacia Potiguar, de acordo com a Petrobras, contam com o aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A licença de operação para a perfuração do poço de Pitu Oeste e do poço Anhangá foram obtidas em outubro de 2023.

Cenário

Potencial por Estado segundo simulação da CNI

Amapá:
Valor adicional ao PIB de R$ 10,7 bilhões, um acréscimo de 61,2%
Criação de 53.916 empregos

Pará:
Valor adicional ao PIB de R$ 10,7 bilhões, um acréscimo de 6,2%
Criação de 51.706 empregos

Maranhão:
Valor adicional ao PIB de R$ 10,9 bilhões, um acréscimo de 12,2%
Criação de 56.626 empregos

Piauí:
Valor adicional de R$ 10,7 bilhões ao PIB, um acréscimo de 21,5%
Criação de 52.828 empregos

Ceará:
Valor adicional de R$ 10,9 bilhões, um acréscimo de 7,2% no PIB
Criação de 56.669 empregos

Rio Grande do Norte:
Valor adicional ao PIB de R$ 10,8 bilhões, um acréscimo de 15,9%
Criação de 54.304 empregos

Tribuna do Norte

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