Lula politiza a tragédia 

Na prática, Lula quer usar a tragédia das águas para fomentar um candidato petista ao Governo gaúcho. Nunca se viu na história recente do País a politização da tragédia ambiental e humanitária.

Se havia uma certa expectativa por parte da população no Governo nas ações de reconstrução do Rio Grande do Sul, com a decisão do presidente Lula (PT) de politizar a tragédia, escolhendo Paulo Pimenta como ministro da pasta criada com esta finalidade, uma nuvem de desconfiança está pondo tudo abaixo.

Pimenta é gaúcho, adversário do governador Eduardo Leite (PSDB) e pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2026. Na prática, Lula quer usar a tragédia das águas para fomentar um candidato petista ao Governo gaúcho. Nunca se viu na história recente do País a politização da tragédia ambiental e humanitária.

De forma reservada, integrantes do próprio governo admitem que a escolha de Pimenta tem, também, o componente político de se contrapor às ações do governador Eduardo Leite (PSDB), que estaria, na visão dos auxiliares de Lula, obtendo dividendos. Até ontem, a tragédia no Estado já havia deixado 149 mortos e 108 desaparecidos.

No Planalto, o plano é fazer da reconstrução uma vitrine do governo. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi o mais votado entre os eleitores gaúchos em 2018 e 2022. Antes da oficialização de Pimenta, uma ala chegou a defender o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin para assumir o posto. Mas Lula não embarcou nessa proposta.

Uma avaliação feita no Palácio do Planalto é que Alckmin tem um histórico de 30 anos de militância no PSDB, partido de Leite, e também não é do Estado. Além disso, em razão de seu estilo contido, o vice-presidente não entraria em embates com o governador se fosse necessário.

Acredite se quiser – Durante o ato em São Leopoldo (RS), na última quarta-feira, em que o Governo anunciou novas medidas de auxílio aos gaúchos, Paulo Pimenta foi oficializado no cargo e apresentado como o ministro que será responsável pela articulação da reconstrução do Estado. Aproveitou e fez um aceno a Leite ao dizer que trabalharia em parceria. Destacou ainda que o trabalho do governo federal é “complementar e suplementar ao do governo do Estado e das prefeituras”. “O presidente me pediu muito que tenha exatamente essa dedicação e essa disposição, governador (Eduardo Leite), de colaborar com o Governo do Estado, com os seus secretários”, afirmou.

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